Feedback: Paradise Lost
Paradise Lost / Paradise Lost [ 8.5 / 10 ]
CD GUN Records, 2005
CD GUN Records, 2005
Os Paradise Lost são uma das bandas carismáticas do heavy metal digna de referência, com ramificações bem patentes em variadíssimos países. Independentemente daquilo que se procurou e procura neles, é inegável afirmar que este ícone do início dos anos 90, deu passos de gigante para uma carreira bem sucedida, conjugada em «Lost Paradise» e assente em álbuns como foram «Gothic», «Shades Of God», «Icon» e «Draconian Times». Desde então, e após um vasto reconhecimento, os reis de Halifax “abraçaram” sonoridades mais electrónicas para não estagnar o conceito de “álbum com guitarras em prato principal”, como também se percebeu a intenção de convencer um público que até então, duplicava a cada lançamento. Com «One Second» surgiram as primeiras mudanças coincidentes com as primeiras criticas, no entanto, o tempo tem-se encarregue de demonstrar que, uma vez mais, os britânicos estavam um passo à frente da concorrência. A obra «Host» - um álbum com claras evidências a Depeche Mode - expôs uma sonoridade extremamente pop (mas não por isso menos perfeita) que desde cedo deixou antever uma quebra previsível na popularidade da banda, vindo ainda a acentuar a problemática de situar a banda no mercado. A preocupação de incluir mais guitarras e algum peso ficou patente nos trabalhos seguintes onde «Believe In Nothing» e «Symbol Of Life» eram ocasionalmente marcados por algumas boas ideias, contudo, sem a absorção desejada. Perante o regresso esperado para este ano, «Paradise Lost» foi criando ao longo dos meses uma grande expectativa, reflectida em comunicados feitos pela própria banda, onde dizia estarem perante o álbum mais pesado dos últimos dez anos, ou seja, desde «Draconian Times». Pondo-o a tocar, «Paradise Lost» é de facto um trabalho mais convincente que os anteriores registos e podemos, inclusive, reencontrar algum “método” já bem conhecido pelos seguidores mais acérrimos onde se destacam os rasgos criativos da guitarra solo de Gregor Mackintosh. Basta seguir a inspiração divina do guitarrista em “All You Leave Behind“, “Accept The Pain” e “Over The Madness” para verificar que o peso das bases do passado é de facto, propositado. Claramente requisitado para mais audições, coloca-se indecisão à selecção de outros temas marcantes, contudo, as (minhas) escolhas recaem sobre “Don’t Belong”; “Forever After”, o single de avanço com participação de Heather Thompson dos Tapping The Vein; “Shine” (perfeitamente incluído no alinhamento de «Draconian Times») e “Spirit”. Adicione-se a tudo isto o novo baterista Jeff Singer (ex-Blaze) para além dos já habituais Aaron Aedy, Steve Edmonson, Nick Holmes e o já mencionado Gregor Mackintosh, como também, a produção cativante assinada mais uma vez por Rhys Fulber. Por todos estes motivos e por muito que custe ver e ouvir, os Paradise Lost regressaram em grande forma. Não fosse o passado influente demasiado “pesado” nos ombros dos britânicos, poderíamos perfeitamente, ter entre mãos um trabalho mais pontuado, e quem sabe, um dos possíveis eleitos para álbum do ano.