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segunda-feira, abril 02, 2007 

Entrevista com Marcos César (Urban Tales)

Na senda de uma das melhores demos de 2006 no panorama nacional, os Urban Tales são o que se pode classificar uma merecida homenagem à qualidade dos Legião Urbana e Icon & The Black Roses. O Condutor Radioactivo questionou este quarteto de Lisboa sobre essas prováveis associações e outras questões pertinentes, para conhecermos melhor esta promessa que já reúne um número respeitável de apreciadores no nosso país. Em discurso directo, o vocalista Marcos César.

Condutor Radioactivo - Para quem não vos conhece, agradecia que apresentasses os Urban Tales.

Marcos César - Os Urban Tales são um projecto que criei e que se foca num som dentro do rock/metal com algumas influências góticas. O nosso nome provém de uma homenagem aos Legião Urbana, uma banda do Brasil que já cessou as suas actividades.

Não deixa de ser curioso que quando tomei conhecimento da designação Urban Tales, rapidamente vos associei aos mesmos Legião Urbana, o que mais tarde viria a confirmar como sendo uma apreciação legítima da minha parte. Queres falar-nos um pouco mais sobre esta ligação?

Com certeza. Os Legião Urbana são uma referência para mim e são uma das bandas que sempre tive o hábito de ouvir, assim como Anathema ou Paradise Lost. Têm um som bastante simples, com histórias incríveis descritas nas suas músicas. O tom vocal do Renato Russo, muito grave, também era algo pouco usual. Em termos de mensagem poucos na altura conseguiam transmitir algo semelhante, talvez exceptuando Engenheiros do Hawaii ou Revolução Por Minuto, outras duas bandas brasileiras. Cheguei mesmo a ter os álbuns todos deles. Passado tanto tempo, ainda me soa a algo moderno e único!

Por falar nos Legião Urbana, nunca pensaram em recriar algum tema do colectivo brasileiro?

Claro que sim. Deve estar para acontecer algo dentro em breve. Talvez o "Tempo Perdido", considero-o um hino intemporal.

No fim de 2004, abdicaste dos Soul Despair, para formar o teu próprio projecto. Porquê esta decisão?

Para dizer a verdade, uma mistura de coisas. A banda, por si só, já estava desgastada, ninguém queria pegar naquilo. Não por falta de qualidade, mas por falta de paciência ou convicção. Como já vinha com a ideia de fazer algo meu e dentro de um género mais ao meu gosto, foi desse modo que nasceram os Urban Tales.

Musicalmente são influenciados por sonoridades góticas, heavy metal e igualmente pelo rock. Quais são as vossas maiores referências?

Além dos Legião Urbana, talvez de uma forma mais lírica, temos Paradise Lost e os Anathema como grandes referências em termos musicais. Contudo e com o passar do tempo vou sempre, e em determinada altura, ouvindo algo que me chame a atenção e isso torna-se sempre uma grande referência para mim. De momento estou completamente apaixonado por uma banda chamada RED. São incríveis!

Pelo que tenho observado a vossa demo suscitou reacções bastante positivas. Ficaram surpreendidos com todo esse acolhimento?

De certo modo, sim. Sabíamos que tínhamos algo de bom entre mãos e a prova disso eram alguns contactos feitos com editoras, antes mesmo da demo estar terminada. Mas realmente nunca esperei que fossem TÃO grandes, do género da Express Metal Radio (EMR) falar sobre nós, dar-nos air play e ainda fazer uma crítica deveras positiva. Como deves saber a EMR é uma grande instituição na Inglaterra.

Sentem-se ofendidos quando vos catalogam de sucessores dos Icon & The Black Roses?

Nada, sinto-me elogiado. Adoro-os! Acho que foram uma das melhores bandas a aparecer nos últimos anos. Ou seja, sempre os considerámos uma comparação positiva.

Segundo o vosso site oficial, terão assinado contrato com uma editora, estando vocês a preparar o lançamento do primeiro álbum em Abril deste ano. Que novidades acerca disso nos podem revelar?

Neste preciso momento a banda atravessa uma reformulação geral. Agora é a altura de saber quem é que quer levar isto a sério e devido a esse facto a banda sofreu drásticas transformações. Entretanto, substituímos os elementos e por agora é o que faremos enquanto se ultimam as gravações. Já agora digo-te que o lançamento do álbum, devido a estas mudanças de elementos, irá atrasar-se e talvez saia um mês depois do previsto.

Tendo consciência que os downloads de música são um veículo importante na divulgação nos dias que correm, qual é a vossa opinião sobre a partilha de ficheiros de música na Internet?

Se disser que isso me incomoda, estaria a mentir uma vez que temos a oportunidade de chegar com a nossa música a países distantes como a China. Ao mesmo tempo estou a assumir que poucas hipóteses teremos de visitar o país, porque desse modo, simplesmente, não compram o CD, correcto? Sem qualquer receita na venda de discos, tão pouco as editoras pagarão as gravações de álbuns, realidade que hoje acontece. Sinceramente, acho que o download a um custo muito reduzido não faz mal a ninguém. Dessa forma nem a empresa nem os fãs perdem.

Creio que estarão de acordo que os Urban Tales não tiveram muitas actuações ao vivo ao longo de 2006. Os planos de promoção ao primeiro longa-duração passam novamente por um videoclip – tal como sucedeu com “In Purity”, tema retirado da demo – ou pretendem apostar mais em espectáculos? Digam quais são os vossos planos.

Sim, é verdade que demos poucos concertos, mas realmente também não fazemos questão de andar pela estrada a dar concertos a torto e a direito. Tentaremos dar os que possibilitem algo de positivo para os Urban Tales. Contudo, já poderíamos ter dado muitos mais, acredita nisso. Recusámos dois Festivais, uma ida a Espanha para outras duas actuações e rejeitámos algumas datas no nosso país que estavam, de certo modo, garantidas. Tivemos de recusar todas elas devido a vários problemas, de entre os quais a mudança de elementos.

Façamos uma retrospectiva do ano de 2006. Gostaria de saber que lançamentos (nacionais e internacionais) vos marcaram mais ao longo deste ano e porquê?

Em termos de álbuns editados em Portugal gostei bastante dos discos de Cinemuerte, Hyubris e Shadowsphere. Em relação aos não editados aprecio bastante o projecto do André Afonso [N.R.: Profusions], os Hunting Cross e Witchbreed. Internacionalmente, gostei do novo dos Entwine, do álbum dos Charon e ainda vou ouvindo uma quantidade de coisas, tantas que é difícil referir algumas.

Agradeço a disponibilidade dos Urban Tales. Em nome da banda queres acrescentar mais algumas palavras para os nossos leitores?

O agradecimento por esta oportunidade não pode faltar e aproveito para dizer que surge cada vez mais boa música em Portugal. Se todos concordarem com isso, vamos lá apoiar estas novas bandas. Acreditem que vem aí uma nova geração de talentos. Cabe a todos nós apoiar para que não caiam no esquecimento!

Entrevista: Frederico Eduardo

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