Inseridos dentro do death metal melódico e ainda por cima vindos da Suécia, pode à partida aniquilar qualquer iniciativa de ouvir estes Scar Symmetry, um projecto apenas com dois anos de existência. Actualmente associados à Nuclear Blast, o quinteto demonstra em «Pitch Black Progress» que é actualmente um dos grandes nomes a ter em conta na cena sueca e que não se limita a ser mais uma simples sugestão de death metal melódico. Se dúvidas houvessem com o burburinho que «Symmetric In Design» causou, o disco de estreia editado no ano passado, este segundo trabalho estilhaça os nossos ouvidos por completo tal é a forma convincente e apelativa como nos brinda. No entanto, não fiquem demasiado surpreendidos. Observando tanto talento, é fácil perceber que a qualidade dos os Scar Symmetry advém de músicos já com uma certa rodagem e experiência, integrando nas suas fileiras protagonistas com créditos firmados – em Carnal Forge, Centinex, Theory In Practice, Incapacity, Torchbearer, entre outras bandas – que garantem à partida uma colaboração impetuosa. As linhas mestras de «Pitch Black Progress», embora com várias semelhanças com a progressão que os In Flames e Soilwork tomaram ao longo das carreiras, reúnem aqui uma versão mais criativa e pesada de «Symmetric In Design» e acaba por denotar uma alternativa interessante à tradicional abordagem deste género de som. A qualidade de composição dos suecos não parece brincadeira e em todas as onze faixas, podemos assistir a guitarras virtuosas e pesadas, secção rítmica bem habilitada, ocasionalmente, surgem alguns teclados que em grande parte dos casos – e particularmente em “Dreaming 24/7” – conferem uma brisa progressiva bem conjugada. Outro ponto de referência, impõe-se na minúcia de Christian Älvestam, seja através do uso do seu registo gutural, seja por uma versão límpida e bem orelhuda, que lembrará em alguns pormenores a prestação de Dan Swanö em grande parte das suas bandas e projectos. Assumidamente e sem pestanejar, estou convicto de que os Scar Symmetry não serão apenas mais uma promessa, mas sim um dos dignos representantes do actual death metal sueco. Para isso basta que não sejam os próximos a relegar a sua sonoridade pelos dólare$ do outro lado do Atlântico.